Lucas Parente.
Inspirado em “Nossa Terra, Nossa Gente”, de Dante de Lima.

A história de uma vida
Não se conta sem paixão
A lembrança do passado
Na letra de uma canção
Reescrevendo a história
Reavivando a memória
Faz bater o coração.

Nossa viajem começa
Dentro do sertão baiano
Quando a seca castigava
Animal e ser humano
O Nordeste em sofrimento
Pedia a Deus um alento
Trinta e três era o ano*.

Um grupo de fazendeiros
Pela seca castigado
Buscando em terras distantes
Comida para o seu gado
Adentrou pela Bahia
Cortando a mata bravia
Do interior do Estado.

Nesse grupo de valentes
Um deles merece nota
Liderou a comitiva
Que chegou nessas enconstas
Abrindo o mato a facão
Esse homem de visão
Foi José Carlos da Mota.

Os homens acostumados
À severa estiagem
Ficaram maravilhados
Ao ver aquela paisagem
Mata verde florescendo
Chuvas e rios correndo
Parecia uma miragem.

Achou água para o gado
Brotando dos pés do morro
Encontrou uma promessa
De vida para o seu povo
Vendo um rio a escorrer
A esperança renascer
Disse: É um mundo novo!

Começou como fazenda
Que cresceu rapidamente
Pelo seu verde e riqueza
Atraía muita gente
Logo era um povoado
Pelo povo comentado
Sua fama era crescente.

Assim nasceu a cidade
Que quem vê jamais esquece
Deixa saudoso quem parte
Apaixona quem conhece
Sua calma é que seduz
No alto da Santa Cruz
A doce brisa é uma prece.

Uma secreta magia
Que acolhe os visitantes
A alegria do seu povo
A grandeza dos seus montes
E uma certa nostalgia
De que nessa terra um dia
Tudo será como antes.

Aqui termina a canção,
Não a história dessa gente
O seu destino depende
De todos nós, finalmente
Para que ela viva e cresça
Não apenas na promessa
De um futuro reluzente.

* O ano é 1833, e não 1933, como se poderia supor.