Por Neuma Dantas – Jornalista

Entidade incendiada, o carnaval de Mundo Novo começa a ressurgir aos poucos, porém com a força de um deus mitológico. Assim queremos nós, assim vamos lutar para promover as condições de renascimento da festa. Desejamos, sim, muitos de nós, mas não pense que é fácil. É preciso criar consciência de comunidade, é necessário relembrar que nosso lugar escolhido para viver é o retrato das nossas ações, de como a tratamos, da forma que acompanhamos sua administração, e, sobretudo, de como contribuímos para seu bem comum.

No intento de continuar a revitalização da folia momesca, foi criada uma comissão para melhor organizar o evento e distribuir tarefas. Na prática, o esforço foi concentrado nos ombros de Janete Guimarães e Lucas Parente. Creiam, para concretizar uma festa dessa natureza, há de trabalhar muitas mãos, mentes e vontades com a mesma disposição de usufruí-la.

Sabemos que o Estado é o promotor maior do bem estar geral, os representantes escolhidos são os primeiros responsáveis pelas políticas de saúde, moradia, educação, segurança, lazer etc. Entretanto, assim como cabe à população fiscalizar os governos constituídos, nada impede, enquanto sociedade civil, de se produzir meios para melhoria da comunidade. Ou seja, quanto maior a participação popular, menor a dependência do poder público. Tal iniciativa, diga-se, não isenta os deveres públicos.

Ser festivo é uma característica dos mundo-novenses, o Carnaval faz parte da nossa história, por que então não investimos energia para revivê-lo com toda sua alegria e irreverência? A cidade tem carências de lazer como muitas pequenas cidades, se queremos nos divertir vamos nos mover para que isso aconteça, portanto, a avaliação do carnaval de Mundo Novo deve ser feita comparando o nível de envolvimento da população. Oportunamente, convidamos filhos e amigos da terra a acreditar no seu poder político de movimentar socialmente a cidade, de trabalhar para vivermos finais de semana mais alegres, de organizar festas, de comparecer aos salões de dança, de fazer e não só esperar acontecer. Trata-se de um comportamento cívico que resultará em benefício para todos.

Lembramos ao comércio que o patrocínio ou a publicidade traz retorno substantivo às empresas. Aos habitantes também esclarecemos que contribuições podem ser feitas não só em dinheiro, mas em comparecimento às reuniões emitindo sugestões, receber visitantes, ajudar na decoração, em recolher recursos, propagar o evento, enfim, a participação ou apatia do povo vai classificar a festa como boa ou ruim.

Assim, pelo intenso empenho de seis/ sete pessoas, somado ao modesto auxilio da Prefeitura, a contribuição da maioria dos vereadores, de parte do comércio, de ilustres personalidades sensibilizadas com a proposta e da presença do povo, consideramos que o carnaval foi muito bom. Não se esqueça, depende de nós o brilho ou a opacidade do ambiente em que vivemos.

Que possamos criar nova mentalidade, sentir orgulho de pertencer e amar essa terra.

Neuma Dantas

Neuma Dantas é formada em Letras e Comunicação Social – Jornalismo. Mestre em Comunicação e Política – UFBA. É fotógrafa e atuou como produtora musical.